domingo, 20 de dezembro de 2009

Vícios de consentimento

"De todo o meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto" ... e só.
E só, não.
Que é muito.
É muito mesmo.
Mas "muito pra mim é nada.
Tudo pra mim não basta. (8)"
Não sei ao certo qual o crime - mas diz o Direito que, quando ambos agem com dolo, não podem alegar isso frente ao juíz.
O negócio ainda subsiste.
Ainda.
Subsiste.
Paradoxalmente, inexiste.
Dentro não haveria mais nada.
O papel, a letra, a assinatura -convenção humana.
A infidelidade ao outro - desumano.
A si mesmo -uma batida gelada de alter e ego, pelo outro e por si - desce rasgando - cai sobre-humano.
Até que a chama apague, se existiu aos dois.
Nem o poeta acredita nas reticências do amor.
Ao menos não desacredita nele.
Quem não sente a letra, a rima, o verso do real é porque está preso em si - ou no imaginário - ou talvez sejam sinônimos.
O calor - é real ou é sentido?
A chama - se vê ou se sente?
Exclusão... nunca se pode adorar a dois deuses - de fato.
Vícios de consentimento.
Conscentir.
Sentir.
Um vício, de fato, de Direito.
É real.
É ilusório.
Um duplipensar de doido.
Não tão infiel.
Mas ainda, sim, infiel.
Talvez esperto.
.
A ordem é sobreviver ao sistema, Winston.
A verdade só existe na consciência. E em nenhuma outra parte.
.
Rafa - cheia de caraminholas
"Estou cansada de ouvir que eu só sei amar errado
estou cansada de me dividir...
O que é certo no amor, quem é que vai dizer?
o que falar, calar ou querer..
Eu quero absurdos (8)"

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