terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Classificado.

Eu procuro.
Eu não sou. Posso até ser.
Aliás, eu sou.
Mas procuro alguém que também seja.
É incomum - há quem tome por insano - dar descarga na tão suada individualidade conquistada através dos séculos, das tranformações políticas, econômicas, sociais, religiosas, até.
Só que um lapso me faz nadar contra a corrente neste exato instante.
A ciência social trata por teoria da existência, no mundo, em circunstâncias semelhantes, de algum ser quase similar a mim, em conteúdo, em valores e no tudo-o-mais que me faz eu/me.
Da mesma forma, isso serve a ti, a tua mãe, a qualquer invólucro com alma por essas e aquelas plagas.
Ou seja, a identidade é uma ilusão [?] - Nan, nan. Basta reconceituar, eu acho - mas essa é uma outra questão.
Eu já joguei fora o desejo, as evoluções e revoluções 'de' e 'pela' individualidade, que nada me custa mais que um big-big fazer o mesmo com a ciência - social ou não.
Agora eu quero o senso-comum e o êxtase da contra-revolta, por assim dizer.
Eu quero alguém igual a mim.
Por favor, não me obrigue a apontar - ou me desapontar.
Estou tal qual Crusoé em sua ilha, em fase de adaptação ao isolamento. Eu em meu corpo, em minha consciência, que não tardará em elaborar personagens múltiplas para fazer jogo com o Eu protagonista.
O meu querer é puro, não é o desejo por amor ou por ele mesmo, como é típico [e necessário] aos animais.
É algo que vem mais de dentro e que não consigo externar nas melhores palavras - todas me fogem, não abrangem, não descrevem - são vazias demais da profusão de emoções que a alma existencialista é repleta.
O que eu quis dizer, mais ou menos é:
1) Eu aceito o diferente. Me divirto com o diferente. Respeito o diferente...
não obstaanteee...
2)Posso viver com muitos diferentes, mas nunca com igual algum.
Infira:
vou pedir à fadinha do dente, esta noite, que me aponte o Ser desta vida semelhante a mim.
Quero analisar de longe, quero estar após por perto e depois decidir, por mim.
É triste se sentir único quando se pode.
Leia bem, se sentir.
Tô tentando acreditar que não sou.
Odeio estar enganada.
Odeio o Crusoé e sua filosofia.
Eu não quero ilhas, nem Sexta-feira, nem revoluções.
Um igual, um semelhante, fazei contato.
Blah!

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