quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Os fármacos

Na acepção que você preferir, ou simplesmente na dose que se administre - a si mesma ou a outrem - determine: remédio ou veneno.
Esqueçamos a idéia malévola e, perigosamente, BEM-VINDA de veneno por hora.
Atenhamo-nos aos bons usos dos fármacos.
Dor disso, dor daquilo.
Toma-se mais isso, mais aquilo.
Às vezes esquecemos que essas substâncias alteram o funcionamento do organismo.
Tentamos torná-lo halopoiético em vez de reconhecer sua qualidade autopoiética - bem comum e até necessária [instintivamente] à natureza humana, isso de se meter onde não é chamado.
Buscamos ali e acolá a fantasia da cura, quando tudo o que fazemos é substituir um problema por outro.
A diferença está na cruel dúvida que consome os mortos-vivos pensantes:
Qual problema você prefere?
Pra exemplificar melhor, elenco a situação seguinte:
[Esse aqui é especial aos que me acusam de nunca ilustrar teorias e afins. Um beijo pra minha mãe, minha cachorrinha Pennélowphy e um especialmente pra você - Xuxa - e pra Sasha.]
1. Dor de cabeça perturbadora.
2. Remédios - uns atacam o fígado, outros só o estômago mesmo - notem que banalizei. cá cá cá.
3. A escolha.
Ou se fica com a dor de cabeça ou se opta pela lesão em outro ponto do sistema.
Um espertinho diria: vai ao médico.
No meu caso, não funcionaria muito bem.
Mas, para o bem da nação, adianto: O ministério da saúde adverte - tomar remédio, só com prescrição médica.
Pronto, findada a boa ação do dia, continuemos com esse fluxo desconexo de idéias dispensáveis.
No fim das contas, tudo é problema, sob uma ótica macro.
Agora, à luz da elaboração complicadora da vida, o problema ganha cor, ganha cara, ganha cheiro, ganha textura. Decidir por outro, talvez melhore a situação. Mesmo que persista a classe do objeto - o problema- e o sujeito - quem quer que seja o ótário.
Pra falar a verdade, pensando bem e melhor, o problema só persiste quando pensamos no fármaco enquanto remédio.
Se, por ventura, analisarmos como veneno?
Tcharam...
Os problemas acabaram.
Esqueçam, esqueçam.
Pomos fim à textura, à cor, ao sabor... e ao papo.
Ou eu vou sentir o peso da lei ...
tudo muito estranho.
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Só lembrando, o que escrevo não faz sentido aos que procuram sentido.
Mas uma coisa é certa.
Faz sentido.
Todo "o" .
Rafa Andrade

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Mulher e Carro.

A diferença está nos pneus.
O carro precisa deles - é até valorizado por eles - os pneus ["rodas de liga leve, não sei mais o quê e la la la" - não tenho assistido muito auto esporte...].
Mas a mulher, quanto menos, melhor.
Nada de rodas de ligas... só leveza.
E não vamos cair na hipocrisia e dizer que 'carne é que é bom'.
Porque se fosse a população vegetariana do planeta não estaria assim, crescendo tão rápido.
Enfim.
Eu estava lá.
Eles estavam lá.
E derrepende, fez-se silêncio.
Os três se aglomeraram na varanda, disputando um lugar mais favorável pra admirar aquela coisa maravilhosa, à sua vista.
Eu imaginei, de longe, conhecedora que sou da alma masculina:
"Isso é mulher"
Porque o silêncio tava lá, e os homens embevecidos.
Três marmanjos - e cochicharam:
"Linda, não é?"
"Eu com uma dessa...."
"Olha a traseira."
Depois dessa última eu pensei:
Ou eles são bem pedreiros ou isso é um carro.
É.
Era uma caminhonete da Nissan.
Ufa.
Ao menos não são pedreiros brutinhos.
Nem tudo está perdido quanto parece.
Só que nem por isso estamos à salvo.
Os pneus dos carros eles perdoam, os nossos não. - malha, malha, malha, malha.
Mas eu tô muito bem aqui com meu sorvete de chocolate, com licença.
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Rafa Andrade.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Por opção.

Eu, muito insatisfeita com minhas escolhas, sento no sofá pra me embriagar do melodrama de Manoel Carlos e seus ricos perfeitinhos da trama alienante.
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Eu, muito insatisfeita com minhas escolhas, arrumo minha estante na vã tentativa de estudar.
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Eu, muito insatisfeita com minhas escolhas, quase bato o carro, distraída - como quase sempre [o fato de estar distraída, não de bater o carro].
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E, mais uma vez, ainda sim, insatisfeita com minhas escolhas, abro o orkut.
Lamentando ainda as minhas escolhas, leio uma frase, fortuitamente:
'Não trate como prioridade quem trata você como opção.'
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Bom, talvez desde aí eu não devesse mais ficar choromingando de não ter ido visitar o namoradinho por orgulhinho feminino.
Tá, e talvez eu devesse mesmo ter vindo pra minha casa.
É bom fazer o certo.
Mesmo sendo aquilo que não queremos.
mimimi
Tentando me conformar com a lógica das prioridades, eu lembrei de um outro texto que li há trocentos anos em um Blog feminista.
Sobre mulheres inteligentes.
hahaha
Lá dizia que as mulheres inteligentes de verdade adquirem sabedoria pelas experiências alheias.
Eu, no instante, consenti: verdade, verdade. Eu sou inteligente.
Mas agora, que começamos a viver um pouco mais que a vida do vizinho - como vi no filme: passar a ser protagonista da própria vida - percebemos que tem mais, muito mais coisa valiosa do que ser espertinha.
É ser solidária. E isso foi sério.
Aham.
Saber como dói.
Como diverte.
Experimentar.
Aí é opção: ou se escolhe assistir e teorizar ou se escolhe viver, saber e ensinar.
Como diz a grande sabedoria superior e materna:
"Não há soldado que vá pra guerra e não volte com cicatrizes"
Cada um com seus problemas, então.
Alguém quer que eu divida os meus consigo?
Blah!
No fim das contas, eu sou opção por opção.
E tô insatisfeita com isso, claramente.
Mas poderia ser pior.
Eu sei disso.
Pela experiência alheia.
E nessa questãozinha em específico, faço questão de ser esperta.
Solidariedade nesse caso, só com sorvete, chocolate e um abraço.
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Rafa Andrade
Eu tô emo.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Nuvens

O hábito é que faz o monge.
E não só monges...
Colocação ridícula a essa hora, mas aceitável, dadas as circunstâncias.
E minto, não é O hábito. São alguns muitos.
Mas só um interessa a esse texto agora - que é o de deitar na borda da piscina e ficar ali, num estado de êxtase... com vento frio, estrelas no céu. nuvens brancas, branquinhas e um céu azul escuro, com a Lua irradiando cinematograficamente.
Qualquer LSD não me daria nem um quinto dessa sensação.
Nem se precisa de alucinógenos quando nossa imaginação faz o papel dela, sem restrições.
Eu fico tonta de ver as nuvens passando rápido.
Fico arrepiada com o vento frio.
Esse quadro de sensações maravilhosas não combina com os pensamentos que me ocorrem durante esses instantes, que me empenho em valorizar, desde que a noite me foi furtada pelas aulas no Bangu - leiam bem: Bangu, não 'Bambu' XD
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As nuvens me chamam atenção.
Como quase tudo nessa vida.
Nem dá pra imaginar que são gotículas em alta altitude, fazendo minha felicidades aqui, no chão.
Ops, pra imaginar dá.
E é explicável também pela metereologia - é essa ciência que explica esse tipo de coisas. e nuvens, e nuvens.
Só tô atrás da ciência que pode explicar as minhas nuvens.
Torná-las mais inteligíveis.
Enquanto nada disso ocorre, e por muito tempo não ocorrerá, eu me atenho às nuvens de lá e ao algodão doce - que são as minhas nuvens preferidas, pelo açúcar e pela acessibilidade, claramente.
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Tão indefinida
Tão ampla
Sem discernimento.
Só vontade...
de "passar e passar".
E hoje eu não assino.