domingo, 2 de janeiro de 2011

A simpatia para 2011

Passagem de ano é sempre muito comercial:
comprem suas roupas brancas, brindem e bebam champangne.
Um gosto de bebida nobre-pobre-podre (porque eu não gosto mesmo), descendo com ela, goela à baixo 365 dias vividos.
A ressaca do dia 1° não deixa os questionamentos pularem carnaval na nossa cabecinha.
Eles só têm licença pra farrear no dia 2, o dia em que, finalmente, nos damos conta de que virar o ano não é só uma desculpa pra se fantasiar de pai-de-santo e fingir alegria, animação e extrovertimento publicamente.
Despidos do branco, vestidos da dúvida:
365 dias vividos.
Quantos foram aproveitados?
A resposta não importa.
É tão pessoal quanto seu cotonete usado.
A simpatia pra um 2011 melhor não precisa de velas, fitas, flores e nem sapos ou galinhas.
O que vale aqui é não repetir os erros de 2010, e manter o acerto daquilo que já se encontrou a medida exata de procedência.
São mais 365 dias, dados gratuitamente, a todos nós.
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2010 foi meu ano das mudanças.
Cumpri até metas restantes dos anos anteriores.
2011 quero que seja meu ano do equilíbrio.
Que já é um outro assunto.
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"Sinto que o destino também é um relacionamento - uma interação
entre a graça divina e o esforço pessoal direcionado. Sobre metade
de você não tem o menor controle; a outra metade está
completamente em suas mãos, e as suas ações terão
conseqüências perceptíveis(...)"
Gilbert
Rafa Andrade

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Mil corações

O cérebro humano é infinitamente capaz daquilo que acreditamos.
O problema é que nos limitamos ao acreditar.
Hoje em dia eu acredito - e não me puno mais - por querer ter mil corações.
Afinal, o que o mundo precisa então é de amor.
Eu tenho pra muitos.
Servido?

domingo, 24 de outubro de 2010

Controverso inacabado

Reclamar de barriga cheia - provavelmente me diria alguém minimamente mais sensato que eu.
Infelizmente existem coisas, bem particulares em cada um de nós, que mesmo sendo características que atrapalham um pouco o convívio social, são como os músculos lisos: incontroláveis e incorrigíveis nisso. Você só pode relaxar e esperar a boa vontade deles.
Vamos por partes:
- o hábito de pensar.
Quem pensa muito acaba não fazendo o que quer, mas o que deve (há suas exceções)
Pensar demais acaba atrapalhando até a externação dos atos necessários à consecução.
Envolve tudo numa grande expectativa.
Não raras vezes, causam decepção.
Regular isso é um desafio. Meu extinto de sobrevivência está atrofiado, demora muito a eliminar os excessos.
- Seentimeental, eu sou. Eu sou deemaaais. (8)
Eu estou na moda, ha! Mil bandas emos, mil fãs emos. Um conglomerado de emos. Mas eu não gosto das músicas, do jeito que eles se vestem. Infelizmente tenho um jeito 'emozinho' de ser, mesmo quando a onda era ser 'desencanada e moderna'. (Bleckatchi Melecatchi)
- Ao infinito e além.
O sempre e o Muito-todo-o-tempo. Gente, que megalomaníaca-impulsiva-insistente-resistente eu sou. O sempre nem existe. Fazer dele uma realidade é fantasia, só que insisto nessa burrice.
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Junta os três com Leite e dá nisso. Um mar sem fim de dúvidas, arrependimentos e instabilidade. Tudo bem que já desisti de ser normal, isso me entediaria fácil, fácil.
Queria só saber lidar um pouco mais com a minha natureza.
Às vezes me preparo pro não, e por pensar tanto nele é que castro a possibilidade do sim.
Eu elimino caminhos em idéias embrionárias possíveis. Reclamo a cada instante da limitação da mente das outras pessoas, mas excluo o improvável da minhas lista de afazeres, me culpando depois por querer um pouco mais de segurança e certeza - na tentativa infantil de me iludir com indestrutibilidade do que importa, quando eu mesma costuro em mim e afeto muitos com a mudança brusca de humor, opiniões e comportamento.
Aí eu vejo a hipocrisia inoscente que me persegue. Tento tanto me livrar dela.
Eu não vou dizer que não consigo. Preciso só absorver outra filosofia de vida que permita o anonimato ao impossível. De tanto apontar falhar, acabo não elegendo uma.
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Eu preciso me apaixonar de novo.
Eu preciso de novas atividades.
Eu preciso mudar o cardápio.
Eu preciso transformar tudo todo tempo.
(achando que preciso de tudo isso, voltei a sorrir pros desconhecidos que se interessam, pesquisei preços de kickbox, voltei a tomar suco de cenoura. Emagreci 3 kgs na balança e engordei uns 20 na mente.)
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São tantas necessidades... descartáveis?
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Apenas alternativas de
a) querer mudar tudo, todo instante, na contraditória busca pela base. Cuja consequência provável é nunca contruir minha base própria.
b) não mudar nada e dar vez ao acaso e, contraditóriamente, a outra mudança da minha postura perante a vida.
c)me lascar
d)dormir
e)me arrumar pra feijoada, e pensar bem depois em tudo isso - indigestão, né, gente?
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Vou terminar meu texto contraditoriamente-racional-emotivo-de-viadinho com um trechinho de um verso minha cara, minha alma.
*-*
"Muito pra mim é nada
Tudo pra mim não basta"

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Corretivo I

Sou obrigada a concordar com a (o)posição dos que me amam e dos que me amam menos do que os que me amam:
o meu humor altera a minha perspectiva do mundo.
Bem comum, claramente, em 100% dos seres inteligíveis.
Mas a minha singuladade de extremar esses sentimentos e minhas externações mais desprorpocionais ainda têm prejudicado meus relacionamentos com os outros humanos. E, apesar de acreditar uma pontinha assim na minha especial posição no mundão de meu Deus, definitivamente, preciso dos outros filhos de Alah por perto.
Uh, preciso amar as pessoas e me sentir amada - o que importa é o que importa.
Enfim, a tempestade num copo d'água é quase um lema pessoal que foi tatuado em mim na hora que fizeram o teste do pezinho.
O pior é que só percebi isso depois que cortaram as injeções de carinhos-sem-fim e tive uma crise de abstinência por isso. Corri atrás de 'mais-do-mesmo' e, por incrível que pareça, fui incapaz de elaborar esses raciocínios só.
Do nada, estava eu lá, com o espírito acima de duas criaturas em um hall de condomínio discutindo a relação. Eu analisava de perto a moça birrenta e chorosa, insatisfeita com o melhor-que-podiam-oferecer a ela naquele instante e com as represálias e boicotes.
Tudo bem que não souberam lidar com ela, bastava uma conversa séria e bem antes. Mas não mudava o fato: aquela menina precisava de um corretivo.
Uma temporada de DR's nunca vivenciada, quem diria, resultou na maior sessão de beijinhos-e-carinhos-sem-ter-fim.
A insatisfação cedeu lugar ao reparo-constante dos erros.
Critiquei minha mãe outro dia por querer tratar a vida dela como se gerencia uma empresa.
Bom, acho que durante algum tempo exerci a função de uma chefe rabugenta e insaciável.
Talvez agora seja a minha hora de deixar o cargo e tirar umas longas férias de relaxamento nas montanhas- tem gente que prefere praia, eu não.
Enfim, é bem mais necessário que confortável alguém te dizer com todas as letras pra deixar de ser pé-no-saco porque te ama muito.
Por amor,
e com muito amor,
eu deixo de ser muita coisa e passo a ser muito mais.
Bem melhor.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

O problema do brasileiro.

É que nada lhe dói mais além das esmolas.
Nunca sabem o que querem.
E não desistem nunca de fazer burradas.
Às eleições...

domingo, 29 de agosto de 2010

Especial

Especial - unique. Mania.
Ninguém aceita indiferença.
Mas quando a gente se acha um lixo, Deus twitta instantaneamente:
"Até lixo se recicla"
E me manda uma borboleta COMPLETAMENTE branca, apenas um ponto preto no início de cada asa.
A coisa mais linda, especial e única que já vi, pousada ao lado da minha cabeceira.
É assim que a gente redescobre o mundo. É assim que se ganha o mundo.
Ponto final no início - os paradoxos divinos;
Clareza;
A velha e boa liberdade.
um estímulo pro início da semana.
E qualquer um outro veria apenas um inseto.
...
São meus olhos, querido. Meus olhos.

Parece bolero
te quero, te quero
dizer que não quero
teus beijos nunca mais.
(Chico)
/RafaAndrade.enojada

domingo, 23 de maio de 2010

Eles são três.

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Há três dias, acordei e, indo de encontro ao meu instinto feminino, não gritei ao ver uma Esperança na minha estante. Era aquele insetinho meeesmo, beem verde e tranquilo.
Perto de mim.
Ele sentia que na data anterior eu vivi um inferno por uma eternidade - e eu precisava dele ali, pra colorir a rotina.
Numa quarta-feira de prova de Penal, no ar pesava tristeza e desespero.
Um dia de necessário estudo que reservei às angústias do povir e da conjugação do gerúndio.
Estava tudo, acredite se quiser, cinza chumbo.
Coisa triste e deprimente de se ver.
Mais ainda de se sentir.
Foi intenso o trabalho de um casal de amigos, entre salame e lágrimas.
Surtiu efeito.
A renovação, e as consequências dela, dali em diante renderam a Esperança, que na manhã seguinte tomou a matéria e se fez presente.
Passei a quinta a contemplar a Esperança, fiz dela - ou já não sei se eu é quem fui pra ela - uma sombra.
Só que ao retornar da UFMA, qual não foi a minha surpresa - dispensável surpresa- ao reparar o bichinho aos retalhos, coberta de formigas.
Alguém matou a Esperança que (me) contemplara durante o dia.
E nas desgastantes ocilações do fim da semana, me aparece outro bicho, que ainda ninguém tomou coragem pra nomear - nos casos mais graves, até velar. Fiz a vez e chamei de Confiança - e essa atendeu a todo instante em que era solicitada.
Entremeadinha em cada um, em menor ou maior proporção, reclama por vida.
Foge do Deterfon dos 'vacilos humanos'.
A minha hoje, por mais saudável que estivesse, não conseguiu fugir.
O veneno se adiantou ao meu zelo e 'já era, papai'. Pegou meesmo.
Tudo porque o Respeito não vigiou quando deveria.
Procuro na memória o último instante dos três unidos e elaboro uma idéia: é tão mais reconfortante ver os três juntos.
Da Esperança nada restou.
A Confiança é quase ida.
E o Respeito foi dar um passeio sem avisar, que rudeza.
Espero que ele volte, e trate de prover uma Esperança novinha e cuide muito bem da Confiança ... E se precavenham - isso é a vocês, leitores e ao que resta de mim, de agora e pro sempre, em vigiar - e nunca punir, querido Foucault - o Respeito.

Em tempos de guerra, quando a desordem toma conta da casa, a paz se torna uma ilusão.
Se com Esperança, Confiança e Respeito empunhar armas já é difícil, imagina quando tudo ausente.
Diante disso que retorno a me questinar o quão tarde vou lembrar de que minha melhor arma sempre foi o Escudo.
Só espero - sob o lastro da Esperança - que ainda seja a tempo de evitar cicatrizes intratáveis.
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Tudo cinza chumbo de novo.
E por muito tempo.